Descubra os tipos de prebióticos e seus efeitos ao paciente
- Equipe
- 4 de out. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 13 de fev. de 2023

O que você precisa saber sobre prebióticos
Os prebióticos sĆ£o substratos utilizados seletivamente por microrganismos hospedeiros que conferem um benefĆcio para a saĆŗde, e para selecionar um prebiótico, devemos observar que este nĆ£o deve ser hidrolisado nem absorvido na parte superior do trato digestório, alĆ©m de ser seletivo para uma quantidade limitada de microrganismos do cólon e deve alterar a microbiota, tornando-a mais saudĆ”vel para o hospedeiro. Dessa forma, os prebióticos possuem papel central na manutenção de uma microbiota intestinal saudĆ”vel, promovendo a proliferação bacteriana, e consequentemente, a indução de modificaƧƵes da microbiota intestinal, reduzindo as chances de distĆŗrbios metabólicos.
Os prebióticos podem englobar o grupo dos carboidratos oligossacarĆdeos, e sĆ£o associadas primeiramente Ć s fibras alimentares. No entanto, nem todas as fibras podem ser classificadas como prebióticas, apesar da maioria dos prebióticos serem classificados como fibras alimentares.
Categorizando os prebióticos
Dentre os carboidratos nĆ£o digerĆveis relatados como os principais prebióticos, temos os polifenóis e Ć”cidos graxos poli-insaturados, com destaque aos frutanos (inulina e frutooligossacarĆdeos/oligofrutose), que estĆ£o associados Ć proliferação de bactĆ©rias Ć”cido-lĆ”cticas, os galacto-oligossacarĆdeos (GOS), que estimulam bifidobactĆ©rias, lactobacilos, enterobactĆ©rias, bacteroidetes e firmicutes, trans-galacto-oligossacarĆdeos (TOS), a lactulose, o amido resistente, polidextrose, a pectina e os flavonóides.
Frutanos
Os FrutooligossacarĆdeos (FOS) e a inulina possuem semelhanƧa quĆmica e de propriedades nutricionais, sendo que ambos sofrem fermentação pela ação das bifidobactĆ©rias e a Ćŗnica diferenƧa entre eles Ć© o nĆŗmero de unidades individuais de monossacarĆdeos que compƵem a molĆ©cula (grau de polimerização).
Os tipos de ligaƧƵes glicosĆdicas encontradas a inulina conferem resistĆŖncia a hidrólise enzimĆ”tica pelas enzimas digestivas salivares e intestinais dos humanos e as mesmas estimulam o crescimento de bifidobactĆ©rias, presentes no cólon, e que possuem por sua vez, efeitos probióticos ao ser humano.
Fontes alimentares de inulina são a chicória, o alho poró, alho e cebola, enquanto as fontes de FOS são banana, cebola, alcachofra, aspargos e tomate.
Galacto-oligossacarĆdeos (GOS)
Os GOS sĆ£o oligossacarĆdeos de cadeia curta, que na forma β-GOS promove o crescimento de bifidobactĆ©rias. Os galacto-oligossacarĆdeos sĆ£o produtos derivados da hidrólise da lactose e apresentam menor incidĆŖncia de efeitos adversos como a produção de gases e distensĆ£o abdominal, sendo por esse motivo, frequentemente encontrados nas fórmulas infantis e naturalmente presente no leite ou soro do leite.
Amido resistente
O amido resistente (AR) nĆ£o Ć© digerido (hidrolisado ou absorvido) no intestino delgado, e Ć© parcialmente fermentado por bactĆ©rias presentes no cólon, por isso Ć© considerado uma fibra prebiótica. O AR Ć© reconhecido como um tipo de fibra dietĆ©tica, e apresenta benefĆcios tanto das fibras solĆŗveis, quanto das fibras insolĆŗveis, alĆ©m de benefĆcios Ćŗnicos.
Entre as fontes alimentares encontramos os grãos integrais, as leguminosas, a banana verde, e alimentos que passam por um processo de cozimento e depois resfriados (batata, pães, flocos de milho, arroz).
Efeitos na saĆŗde
Entre os efeitos positivos relatados na literatura, encontramos que o uso de prebióticos promove melhora na qualidade das fezes (consistência, frequência, viscosidade), aumento do número de bactérias probióticas, diminuição de bactérias patogênicas, produção de Ôcidos graxos de cadeia curta AGCC, diminuição do PH fecal, melhoras nas respostas imunológicas e proteção contra alergênicos, além de efeitos positivos sobre a resposta insulinêmica. Assim, compreende-se os efeitos positivos, locais e sistêmicos que englobam a ingestão adequada e frequente de prebióticos.
---
Artigo relacionado
Entenda melhor sobre o tema:
Referências bibliogrÔficas
HOLSCHER, Hannah D.. Dietary fiber and prebiotics and the gastrointestinal microbiota. Gut Microbes, [S.L.], v. 8, n. 2, p. 172-184, 6 fev. 2017. Informa UK Limited. http://dx.doi.org/10.1080/19490976.2017.1290756.
BOYAJIAN, Jacqueline Lena; GHEBRETATIOS, Merry; SCHALY, Sabrina; ISLAM, Paromita; PRAKASH, Satya. Microbiome and Human Aging: probiotic and prebiotic potentials in longevity, skin health and cellular senescence. Nutrients, [S.L.], v. 13, n. 12, p. 4550, 18 dez. 2021. MDPI AG. http://dx.doi.org/10.3390/nu13124550.
SANDERS, Mary Ellen; MERENSTEIN, Daniel J.; REID, Gregor; GIBSON, Glenn R.; RASTALL, Robert A.. Probiotics and prebiotics in intestinal health and disease: from biology to the clinic. Nature Reviews Gastroenterology & Hepatology, [S.L.], v. 16, n. 10, p. 605-616, 11 jul. 2019. Springer Science and Business Media LLC. DOI: https://doi.org/10.1038/s41575-019-0173-3.